AULA 3 - Crianças e Telas – Infâncias na Contemporaneidade + MAIO LARANJA
- Pâmela Azevedo
- 9 de mai.
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de mai.

O Impacto do Mundo Digital
Vivemos uma era em que o digital atravessa todos os aspectos da vida humana. Crianças nascem imersas em ambientes mediados por telas: televisores, tablets, celulares e computadores se tornam parte do cotidiano antes mesmo da alfabetização. Esse novo cenário traz oportunidades, mas também impõe desafios profundos ao desenvolvimento infantil e às práticas educativas.

Maryanne Wolf (2018), em *O cérebro no mundo digital*, alerta para os efeitos da leitura superficial promovida pela hiperconectividade: “Estamos correndo o risco de perder as profundezas cognitivas que a leitura reflexiva exige.” Essa mudança na forma como o cérebro infantil é estimulado altera padrões de atenção, memória e linguagem — pilares essenciais para a aprendizagem formal.
Desafios e Oportunidades
As tecnologias digitais oferecem acesso rápido à informação, ampliam repertórios e podem promover inclusão. Contudo, quando utilizadas sem mediação, especialmente na infância, tornam-se fator de risco para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo.
José Marques de Souza Junior, no livro *Crianças e telas: problema ou solução?*, defende que a resposta a essa pergunta depende do contexto: “A tecnologia não é o vilão, mas sua má utilização sim.” O desafio para pais e educadores, portanto, é transformar o uso das telas em uma ferramenta com intencionalidade educativa e relacional.
Implicações para Educação e Sociedade
A escola tem papel fundamental na discussão sobre o uso consciente da tecnologia. Para isso, é necessário formar professores que compreendam os impactos das telas no desenvolvimento e proponham práticas que envolvam o corpo, a linguagem oral e a socialização.
É urgente resgatar o valor do brincar livre, da leitura compartilhada e da escuta ativa — experiências cada vez mais substituídas por interações digitais. Como afirma Winnicott (2005), “o brincar é por si só uma experiência de viver criativamente, e é somente na brincadeira que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo.”

Como a Família Lida com as Telas?
O contexto familiar é decisivo. Há lares em que as telas funcionam como “babás eletrônicas” e outros onde são parte de experiências conjuntas. Quando há diálogo e presença dos adultos, os efeitos nocivos são minimizados.

A Família e o Desenvolvimento Individual
1. O Conceito de Ambiente
Para Winnicott, o ambiente é mais do que o espaço físico: é a rede de relações afetivas que sustenta o amadurecimento. Um ambiente suficientemente bom é aquele que acolhe, escuta e oferece segurança.
2. O Ambiente e o Desenvolvimento Infantil
A qualidade desse ambiente impacta diretamente no desenvolvimento emocional. A presença sensível do cuidador ajuda a criança a se autorregular e construir sua subjetividade.
3. A Importância do Ambiente na Formação da Personalidade
É no vínculo com os adultos que a criança internaliza modelos de comportamento. Quando esse vínculo é substituído por interações com dispositivos, perde-se a base essencial para a construção da empatia, da linguagem e da moralidade.
4. Ambiente e Excesso de Uso de Telas
O uso excessivo de telas gera rupturas no ambiente relacional. A criança fica menos exposta ao olhar, ao toque, à escuta — elementos centrais no processo de amadurecimento.
5. Transtornos Específicos Relacionados ao Uso de Telas
Estudos associam o uso abusivo de dispositivos a problemas como:
* Déficit de atenção e hiperatividade;
* Atrasos na linguagem;
* Irritabilidade e alterações no sono;
* Dificuldades de socialização.
Crianças e Telas: Problema ou Solução?
A questão permanece em aberto, mas uma coisa é certa: o caminho está na mediação. Como educadores, somos chamados a criar espaços de escuta, brincadeira e presença. A tecnologia pode ser aliada, desde que inserida num projeto pedagógico e afetivo consciente.
Desafios Online: Uma Ameaça Real à Infância
Nos últimos anos, tem-se observado um aumento preocupante de desafios virtuais que colocam em risco a vida de crianças e adolescentes. Esses desafios, muitas vezes disseminados por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, incentivam comportamentos perigosos que podem resultar em ferimentos graves ou até mesmo em morte.
Estatísticas Alarmantes
De acordo com dados do Instituto DimiCuida, entre 2014 e 2025, pelo menos 56 crianças e adolescentes, com idades entre 7 e 18 anos, morreram ou sofreram ferimentos graves no Brasil após participarem de desafios online. As práticas mais comuns nesses desafios incluem sufocamento, asfixia, apneia e autoagressão.
Casos Recentes
Um dos casos mais recentes e trágicos ocorreu com uma menina de 8 anos no Distrito Federal, que faleceu após inalar desodorante em aerossol, prática relacionada a um desafio viral conhecido como "desafio do desodorante".
Além disso, investigações revelaram a existência de redes criminosas que manipulam vítimas por meio de chantagem e desafios perigosos, utilizando plataformas como Discord e Telegram. Esses grupos, liderados por indivíduos conhecidos como "oradores", incentivam comportamentos autodestrutivos e até mesmo crimes, como ataques a terceiros, transmitidos ao vivo.
A Responsabilidade das Famílias e Educadores
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu alertas sobre os perigos desses desafios online, enfatizando a importância da supervisão parental e da orientação adequada sobre o uso seguro da internet. A SBP recomenda que médicos, especialmente pediatras, abordem o tema durante as consultas, alertando sobre os riscos associados a esses desafios.
É fundamental que famílias e educadores estejam atentos aos sinais de envolvimento das crianças e adolescentes com esses desafios, promovendo um ambiente de diálogo aberto e apoio emocional. A prevenção passa pela educação digital, pela construção de relações de confiança e pela vigilância ativa sobre o conteúdo acessado pelos jovens.
A1 - Considerando as mudanças no ambiente em que crianças e adolescentes estão inseridos, como o mundo virtual. Traga no fórum sugestões de atividades, materiais, livros ou vídeos que possam ser utilizados para desenvolver com os alunos, atividades de conscientização e proteção ao abuso sexual infantil.


Sugestão de atividades: usar textos que tragam o assunto abordado, como cartazes de campanha. Fazer um debate em sala, ouvir os alunos e pedir que eles façam um cartaz de combate ao abuso sexual infantil.
A tecnologia, quando usada de forma consciente, equilibrada e responsável, torna-se uma importante ferramenta pedagógica, pois os ambientes de aprendizagem tornam-se mais dinâmicos, interativos e envolventes. Por outro lado, percebemos os impactos negativos, principalmente na saúde mental de nossos alunos, prejudicando e interferindo no desenvolvimento social (presencial), emocional e cognitivo de cada um. Cada dia, encontramos discentes mais isolados, apresentando quadro de depressão, ansiedade, pânico, com dificuldades de socialização e aprendizagens. Quadro também registrados devido aos abusos sexuais vividos no ambiente virtual e na vida real.
Trabalhei com atividades impressas, confecção de cartazes, história em quadrinhos e vídeos: “Prevenção à violência sexual”, “MAIO LARANJA - MÊS DE COMBATE AO ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES”, “Uso responsável da tecnologia |…
Abuso infantil é um assunto pesado mas necessário para se trabalhar na escola porém deve ser de forma leve e com sensibilidade. É necessário mostrar para a criança que é possível sim ter ajuda de pessoas de confiança e que existem números para denúncia anônima.
O tema da aula é muito relevante e necessário para essa era tecnológica dos dias atuais, em que com a correria do dia a dia alguns pais transferem responsabilidades para a escola. E, quando estão em casa no lugar de dar atenção ao filho entrega o celular para a criança.
Gostei tanto do tema abordado que irei conversar com a minha supervisora para aplicar o planejamento que fiz. Utilizando a história "Pipo e Fifi e a música do semáforo do toque, e as atividades da flor maio laranja e o semáforo do toque.
Abordar o tema sobre o abuso sexual infantil com leveza e de forma sensível e respeitosa. Deixando claro que podem contar com a pessoa( professor) , prontidão para oferecer recursos , caso os alunos tenham passado por
Contar histórias com fantoches, videos( Meu corpo minha casa e Toque do Sim e toque do não), panfletos educativos, cartaz sinalizando onde podemos deixar sermos tocados.